
"La distraction de Richelieu" © Charles Édouard Delort
As ilustrações são de Alain Corbel, um artista francês radicado em Portugal que se tem vindo a afirmar no panorama nacional da ilustração de livros infantis, tendo sido galardoado com o Prémio Nacional de Ilustração 2002.
Neste título, o autor narra uma história de amor que decorre entre dois mundos, que se pensa estarem separados: o humano e o animal. Mas os rapazes e raparigas deste conto provarão o contrário, ao trocarem energias e identidades com gatos e gatas, revelando assim o que há de animal no humano e de humano no animal.
Todos os Rapazes São Gatos porque também eles estão próximos do modo natural de vida. Todos eles têm um outro corpo, cheio de força, agilidade e atrevimento, que está dentro deles, escondido, mas atento. E todos eles vivem à espera do instante em que, por fim, poderão mostrar esse corpo e revelar ao mundo o seu verdadeiro ser.
Da autoria do artista belga Marcel Broodthaers (1924 -1976), esta peça áudio faz parte do Musée d’Art Moderne, Département des Aigles, instalação em forma de museu que este seguidor dos surrealistas abrigou no seu apartamento entre 1968 e 1972 e que depois correu centros de exposições por todo o mundo.
Uma abordagem diferente da arte, de um dos seus momentos de crise, aos olhos de um felino, que vale a pena ouvir no leitor abaixo.
Entre homens de rara coragem e cães para puxar trenós, a tripulação da viagem de Ernest Shackleton à Antártida, em 1914, incluiu um gato de nome Mrs. Chippy.
Pertença de Harry McNish, o carpinteiro do Endurance, o felino - apesar do nome - era na verdade um macho e tido como animal de grande personalidade. Segundo relatos da viagem, Mrs Chippy era um verdadeiro marinheiro, surpreendendo os tripulantes ao andar na borda do navio, mesmo em mares tempestuosos.
Quando o Endurance foi destruído e a tripulação encurralada no gelo do pólo sul, Shackleton não pôde suportar a sobrevivência dos animais, tendo de abater tanto os cães como o gato. McNish, fundamental à construção dos barcos que acabariam por salvar a tripulação depois de nove meses de pesadelo, nunca perdoou o comandante irlandês e insubordinou-se, o que fez com que não ganhasse a Medalha Polar, quando regressaram sãos e salvos.
Em 2004, uma estátua de bronze representando Mrs. Chippy foi colocada pela Antarctic Society da Nova Zelândia na sepultura do carpinteiro, em reconhecimento ao seu papel na expedição. O pintor britânico Wolf Howard também celebrizou o gato e o regresso de Shackleton através de Mrs. Chippy, a pintura reproduzida em baixo.
© Daily Mail
Um gato tornou-se notícia em Inglaterra graças a um invulgar hábito. De acordo com uma notícia publicada no Daily Mail em meados de Junho, o felino branco apanhava, desde Janeiro e várias vezes por semana um autocarro de West Midlands, entrando sempre na mesma paragem e saindo na seguinte.
Segundo o jornal, uma loja de fish and chips (acepipe britânico composto por peixe e batatas fritos) parecia ser o destino do passageiro de quatro patas.
Baptizado Macavity, em homenagem à misteriosa personagem felina do poema de T.S. Elliot, o gato despertou a curiosidade dos utentes e dos condutores, que não tardaram a familiarizar-se com a sua presença.
“Vê-lo sair do autocarro sozinho foi realmente estranho, porque não tinha dado por ele. No dia seguinte, parei
Paul Brennan, utilizador regular do autocarro, também já se mostrava habituado a Macavity. “Quando o vi pela primeira vez pensei que estivesse acompanhado, só depois me apercebi que não. É o passageiro ideal: senta-se em silêncio, não se mete com ninguém e vai à vida dele”.
Rhubarb, uma comédia sobre um gato que herda uma fortuna, marcou a estreia cinematográfica de Orangey em 1951. Mascote do famoso treinador de animais Frank Inn (com quem as suas cinzas foram enterradas), este gato tigrado laranja teve o privilégio de contracenar, dez anos mais tarde com Audrey Hepburn, em Boneca de Luxo, no papel de Cat. E foi graças aos dois filmes que ganhou o Patsy Award, uma espécie de Oscar para animais.
Nos seus catorze anos de carreira contam-se outras cinco películas e ainda Our Miss Brooks, série televisiva que esteve em exibição entre 1952 e