
Entre homens de rara coragem e cães para puxar trenós, a tripulação da viagem de Ernest Shackleton à Antártida, em 1914, incluiu um gato de nome Mrs. Chippy.
Pertença de Harry McNish, o carpinteiro do Endurance, o felino - apesar do nome - era na verdade um macho e tido como animal de grande personalidade. Segundo relatos da viagem, Mrs Chippy era um verdadeiro marinheiro, surpreendendo os tripulantes ao andar na borda do navio, mesmo em mares tempestuosos.
Quando o Endurance foi destruído e a tripulação encurralada no gelo do pólo sul, Shackleton não pôde suportar a sobrevivência dos animais, tendo de abater tanto os cães como o gato. McNish, fundamental à construção dos barcos que acabariam por salvar a tripulação depois de nove meses de pesadelo, nunca perdoou o comandante irlandês e insubordinou-se, o que fez com que não ganhasse a Medalha Polar, quando regressaram sãos e salvos.
Em 2004, uma estátua de bronze representando Mrs. Chippy foi colocada pela Antarctic Society da Nova Zelândia na sepultura do carpinteiro, em reconhecimento ao seu papel na expedição. O pintor britânico Wolf Howard também celebrizou o gato e o regresso de Shackleton através de Mrs. Chippy, a pintura reproduzida em baixo.
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