domingo, 15 de julho de 2007

Black Cat






Os gatos pretos foram, desde sempre, símbolo de superstição, mas também imagem de algumas marcas famosas. É o caso da Carreras, empresa de tabaco criada pelo espanhol Jose Carreras Ferrer, um nobre estabelecido em Londres por volta de 1820. Tendo começado por vender charutos a figuras da sociedade victoriana, entre as quais o Conde de Craven, Carreras recebeu em 1866 a Royal Warrant, ou seja, um título concedido pela Família Real Britânica, que lhe permitia publicitar a comercialização dos seus produtos ao Rei e respectivos parentes. Entretanto, um gato preto que dorme no parapeito da janela da loja de Carreras conquista o nobre.

O estabelecimento começa a ser conhecido como a loja do gato preto e este acaba por se transformar na imagem da empresa. E é assim que surgem em 1904 os cigarros Black Cat, os primeiros feitos à máquina na Grã-Bretanha. A fama do gato estende-se às campanhas publicitárias, que incluíam um álbum de selos oferecido aos compradores do tabaco. Mais tarde, a popularidade é tanta, que envolve o envio de cigarros às tropas aliadas e o uso de crachás e outros acessórios com a imagem do felino.


Com a expansão ao mercado externo, a empresa constrói uma nova fábrica em 1926, que viria a ser conhecida como Black Cat Factory (em português, a Fábrica do Gato Preto). E o seu design é também ele uma homenagem ao felino. Inspirado na descoberta do túmulo de Tutankhamon e da deusa com cabeça de gato Bubastis, o edifício apresenta dois gatos de bronze de mais de dois metros de guarda à entrada principal e outros dez pretos em pilares de estilo egípcio. Em 1959, uma quebra nos lucros fez com que a Carreras vendesse a fábrica e que a maioria dos elementos decorativos fosse removida. Em 1999, o estilo Art Deco foi restituído à então Greater London House graças a um restauro, cujo custo ultrapassou os seis milhões de libras, algo como 8 milhões e 800 mil euros.

2 comentários:

Anónimo disse...

Com 17 anos cheguei a fumar alguns cigarros Craven mentolados. Eram fininhos, tipo Moore, só que em branco. Caixinha branca e verde.
O que se convencionava chamar de "cigarro fraquinho para senhora fina".

Menina Marota disse...

Eu nunca fumei, mas já tive pelo menos, 5 gatos pretos... o último foi o Farrusco, que já morreu...

Bjinhos