Passo tantas vezes à tua porta de bicicleta
e toco a campainha [como se te chamasse],
o teu gato preto, no parapeito da janela,
ergue a cabeça, rosna qualquer poema mudo,
e volta aos seus devaneios, eu pedalo
sem receio de que demores, sei que virás
com as heras e com o movimento dos astros,
habituei os pés a tropeçar no rasto do silêncio
e as mãos a reconhecer o advento dos musgos,
pedalo e a bicicleta é o meu cavalo alado.
João Manuel Ribeiro
sábado, 23 de maio de 2009
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1 comentário:
Adoramos poesia aqui em casa. Parabéns.
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