terça-feira, 10 de março de 2009

O prédio inteiro, entretanto, tinha acordado.
Um ou outro vizinho abriu a porta para dar fé.
E no rés-do-chão, a simpática D. Leopoldina que de vez em vez olha pelo Querido Gato, esperava a matrona.
— São bolinhos de mel, pode ter fome durante a noite — ouvimos.
— Obrigada minha querida. Logo já cá estou para ver a novela!
Eu e Simone fomos até à janela, e afastámos a cortina. Continuava a cair uma chuvinha, a tal que molha tolos; e os dois polícias abriram uma porta do carro para entrar a matrona, a bagageira onde deixaram caixas, e arrancaram rua abaixo.
— Desculpa, meu amor. Isto não estava no programa… — disse-lhe.
— Vou andando lp. Já é tão tarde!… Vê bem às horas a que vou buscar o miúdo à ama.
— Vai sim! Vai! Tens razão, já é tarde… mas que queres, o tempo voa!
E, já na porta, pedi-lhe mais um beijo. Deu-mo e abraçou-me.
— Diz-me que me amas! — disse-lhe ao ouvido.
— Amanhã! Abre-me a porta. Dorme bem.
Atravessou a rua como pequenina gazela, meteu-se no carro e arrancou.
Voltei-me para o Querido Gato e, com autoridade, avisei-o:
— Temos que conversar. Não voltas a pôr a pata em ramo verde, ouviste bem?
lp

1 comentário:

Anónimo disse...

legal o blog, parabens. abracos