terça-feira, 3 de março de 2009

O café foi um bálsamo. Saboreamo-lo devagar no silêncio dos nossos pensamentos.
Ofereci-lhe mais coisas (bolachinhas, Mon Chéri, rebuçados de mentol). A tudo disse que não.
Depois levantou-se e foi até à janela. Afastou um pouco a cortina.
— Chove. Pouco, mas chove! — acabou por dizer
Segui-lhe os mesmos passos e, pelo caminho, tive a infeliz ideia de ligar a televisão.
— Ah! isso não — implorou.
Arrependi-me de imediato e propus-lhe vermos a ópera que me ofereceu. Coloquei o DVD no leitor.
— Como sei que gosta de ópera! — disse Simone com uma voz de circunstância.
Sentámo-nos no sofá.
O Querido Gato teve um desplante temerário. Saltou para as pernas d'ela.
— Vamos — disse-lhe eu — deixa a senhora em paz.
Só nessa altura reparei que vinha de jeans.
Ela olhou-me e sorriu.
lp

Sem comentários: