segunda-feira, 23 de março de 2009

Não esperou muito. Com velocidade felina em plena selva, sem saber porque artes mágicas se lhe oferecia um manjar inusitado àquela hora da noite, o meu jovem gato saltou para cima da velha gata e mordeu-a valentemente no pescoço.
Foi o que conseguiu ver. Nada mais.
— Depois voltei para baixo, Sr. lp, com o gatinho ao colo. Fechei a sua porta com duas voltas, como pede a minha avó...
— Fala mais baixo, olha a vizinhança — pedi-lhe — e não quero ouvir mais nada.
De facto, os vizinhos em redor, alertados pela alteração monótona da Calçada que de Mestres sempre fora, riam-se da cena que vos conto.
— Bom! Desanda — ordenei ao puto.
Tomei a decisão que se impunha para evitar males maiores; reentrei e dirigi-me à matrona.
— Pois que seja assim. O que está feito, feito está! Mas que provas tem a senhora de ter sido o meu gato a fazer o favorzinho?
— Tenho todas as provas, seu canalha. As cartas não mentem e, na vigilante serpente do candeeiro, há pelos de gato preto...
— Olhe, acabou-se! Compro-lhe a ninhada inteira! — e despedi-me.
A bruxa ficou com os olhos a brilhar.
lp

1 comentário:

Anónimo disse...

Ah! Ah! Ah! Estas crónicas são um prato!...