domingo, 8 de março de 2009

Mas o Querido Gato não nos deixava. (Vou pensar muito seriamente em alterar o seu nome de registo para outro mais de harmonia com a atitude que assumiu naquele tão lindo serão; "amigo-da-onça").
Simone, entretanto, reparou ser quase meia-noite; dá-me um beijo longo, um beijo de despedida, duma despedida de "até já".
— Vamos pensar nisto, sim? — disse-me — Vamos ser adultos e reflectir sobre os nossos sentimentos. Eu gosto de ti. Pareces um homem sério, meigo e incapaz de me seres infiel — esta última palavra foi dita com um ligeiro sorriso.
De repente aconteceu um reboliço no patamar da entrada; vozes de homens, falando alto, descuidados quanto ao horário tardio.
Sentem-se passos a subir os degraus. O meu gato encrespou o lindo pelo.
A querida Simone, soergueu-se do sofá, compôs a blusa desalinhada e vestiu o casaquinho.
Depois duas valentes pancadas na minha porta.
— Aqui é o 2.º? — perguntou uma voz boçal, de homem.
— Quantos lances de escada subiu o Sr.? — retorqui visivelmente indisposto.
— Não se fala assim com a autoridade, hem?! — e com voz mais alta disse para baixo — Sobe pá! É no andar de cima!
Era a polícia.
lp

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