sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Que bem me sinto a escrever a recordação daquele jantar de sábado passado. Agora quase que me humedecem os olhos ao ter visto em Simone a minha mulher, a minha amante, a amiga e irmã, a Santa dum altar, a deusa de Olimpo a quem dedicaria as minhas memórias do passado, a ternura do presente, e as angústias do futuro.
— Senhores, que maravilha de assado — disse a certa altura a minha querida visita.
Olhei-a procurando-a por entre os cravos. E foi ela exactamente que afastou a jarra um pouco mais para o lado para que nada nos separasse; e, assim, na cálida claridade da vela que se reflectia no espelho claro e belo dos seus olhos, balbuciei palavras sem nexo e peguei no copo para outro brinde, este só para ela; eu nada mais queria depois daquele momento tão mágico. Julgo ouvi-la dizer:
— Desculpe lp! À saúde e felicidade de ambos.
— Aceito o brinde Simone, se me olhar de novo assim, como o fez agora.
O Querido Gato, enroscado na sua almofadinha de cerimónia, espreitava de soslaio.
lp

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