quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

E com ela entrou aquele jovem sorriso, aquela flor dum jardim primaveril, aquela face que se me estendeu para um beijo; um ramo de cravos vermelhos, uma garrafa de vinho tinto e desculpas pelo atraso.
— É capaz de me explicar como se entra nesta casa? — foram as suas primeiras palavras.
Simone bem tinha batido com a mãozinha de ferro, batente enferrujado que este prédio ainda conserva na porta da rua. Expliquei-lhe: uma repenicada chama a atenção da vizinha de baixo; uma batidela para o meu andar, uma batidela/repenicada para o lado direito, duas batidelas para o 2º esquerdo e, por fim, duas batidelas/repenicada para o 2º direito.
— Mas o que posso entender por "repenicada"?…
— Lembre-se das pancadas de Molière. É semelhante. Trata-se duma convenção em prédios antigos — expliquei — Quem lhe abriu a porta, Simone?
— Uma senhora com um garoto que se lhe agarrava às saias. O miúdo quis saber quem eu procurava…
Nélinho, deduzi de imediato. Estafermo do puto. Está sempre de olho alerta.
lp

Sem comentários: