Uma mesa de plástico, branca
junto da tarde que morre
e renasce por pequenas paixões
de repente estávamos sozinhos
as ilhas muito inacessíveis
agora que escureceu
o menor desejo teria um sentido delicado
os olhos velozes de um gato
viam coisas belas
lado a lado com os homens
pareciam quase não ter sofrido
a mesa estava encostada às janelas do café
e nós de forma desolada
ignorados, aturdidos, de passagem
não muito mais
procuro desse facto uma versão
que me não conduza à inconfidência
era uma mesa lisa, branca
uma razão soletrava ao acaso
a medida soberana do incerto
olhos velozes de um gato os teus
olhos
José Tolentino Mendonça
sábado, 20 de dezembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Convido-te a visitar:
www.kronospoesis.blogspot.com ;
www.pos-contemporaneidade.blogspot.com
¿Cuándo se suprimió como festivo el día de Reyes en la República Portuguesa?
Enviar um comentário