domingo, 15 de julho de 2007

Gato

Pra não poisar senão um dedo
É demasiado grande o gato.
....Com a cauda na cabeça,
....Gira num círculo e a essa
Carícia ele corresponde nesse acto.

Mas o homem, à noite, vê os seus olhos
....Cuja única virtude é a palidez.
....São demasiado grandes pra esconder
E pesados prò vento perdido do sono.

....Sempre que o gato dança
É só pra isolar essa prisão
....E quando pensa
É até às fronteiras dos seus olhos.

Paul Eluard
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

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