Oriundo da província inglesa de Cheshire, Lewis Carroll incluiu na sua Alice no País das Maravilhas um felino a quem deu precisamente o nome de Gato de Cheshire. Capaz de aparecer e desaparecer quando lhe apetece, o felino enceta diálogo com Alice, conseguindo tanto aborrecê-la com as suas tiradas filosóficas como diverti-la, sobretudo quando é condenado à morte e desaparece, colocando em causa a decapitação de uma criatura sem cabeça.
Mas a imagem de marca da curiosa personagem de Carroll é mesmo o sorriso de orelha a orelha, que mantém em alguns dos seus desaparecimentos totais.
A origem do Gato de Cheshire não é consensual. Teorias defendem que o escritor se inspirou numa gravação presente numa igreja de Croft-on-Trees, no Nordeste de Inglaterra, onde o pai havia sido vigário. Outras dizem que se trata da reprodução de uma gárgula encontrada na Igreja de St. Nicolas em Cranleigh, localidade que Carroll visitava frequentemente quando vivia
E a lenda do Gato não se fica por aqui. Diz-se também que a frase sorrindo como um gato do Cheshire popularizada em Alice tem origem no facto de a província ser conhecida pelo seu queijo em formato de gato sorridente, que era cortado a partir da cauda, sendo a última parte comida a da cabeça. Uma explicação mais simples, e também ela relacionado com o Cheshire, aponta para o facto de os produtos lácteos da região fazerem os gatos felizes e logo eles expressarem essa felicidade com um enorme sorriso.
O felino ficou famoso ao ponto de ter tido, até final dos anos 70, um monumento junto ao porto de Chester. Consta que os gatos ali se sentavam, nas docas, à espera que os ratos abandonassem os navios que transportavam os produtos lácteos para Londres, o que levanta mais uma hipótese para o nascimento do popular felino.
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